TODA VINGANÇA É CONTRA O TEMPO: A CONTRAÇÃO DO PODER PUNITIVO CONTRA A IRRACIONALIDADE DA PENA COMO ALTERNATIVA À MUDANÇA CIVILIZATÓRIA

Autores

  • José Rafael Fonseca de Melo FACULDADE DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ

Resumo

Oferecidas como resposta maior ao drama penal revelado nos conflitos sociais, as penas no Brasil apresentam incongruências de todas as ordens e em todos os níveis. Elevadas em extensão e, principalmente, em intensão, o insumo passível de subtração é sempre o mesmo: o tempo. Alcançar a liberdade e limitá-la ocasionalmente é a única forma neoliberal de punir alguém, vingando em forma de dor e prometendo ora a estabilização social e a dissuasão, ora a correção terapêutica e a promoção do bem por meio do mal, ou – o que é pior, levando ao limite do cinismo – unificando ambas as ideias. Verificada a ineficácia, o legislador ignora o insucesso dos modelos justificacionistas e usa novamente o tempo para a revindita: eleva para 40 anos o máximo de período do cárcere, além de aumentar e, por vezes, dobrar a aflição prevista para alguns delitos. Diante desse cenário paradoxal e do pífio desempenho destacadamente nas últimas décadas, propõe o presente ensaio a limitação do poder punitivo ao confronta-lo por meio da oposição entre as teorias legitimantes e o fenômeno empírico da punição, renunciando imediatamente ao formato de sequestro do tempo em face da discrepância oriunda dos discursos oficiais e a realidade na qual operam

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Publicado

2024-04-16

Como Citar

Melo, J. R. F. de . (2024). TODA VINGANÇA É CONTRA O TEMPO: A CONTRAÇÃO DO PODER PUNITIVO CONTRA A IRRACIONALIDADE DA PENA COMO ALTERNATIVA À MUDANÇA CIVILIZATÓRIA. Duc In Altum - Cadernos De Direito, 15(36). Recuperado de https://revistas.faculdadedamas.edu.br/index.php/cihjur/article/view/2725