FEIRAS LIVRES E MERCADOS PÚBLICOS: UMA ANÁLISE DO COMÉRCIO POPULAR À LUZ DA MODERNIZAÇÃO DOS MODELOS DE VAREJO SUPERMERCADISTAS

Resumo

Os comércios populares como feiras e mercados públicos, além de instituições de vendas e comercializações, se tratam de um fenômeno social, econômico, político e cultural que buscam sua sobrevivência no cotidiano das cidades. Esses modelos tradicionais de varejo seculares que surgiram a partir das necessidades de abastecimento humano estão vendo suas tradições desaparecendo do contexto social. Diante disso, questiona-se se de fato as feiras e mercados públicos estão sendo substituídos por equipamentos padronizados como supermercados e se tais mudanças são decorrentes das novas necessidades dos consumidores ou interesses de empresários e gestores públicos. Dessa forma, esse trabalho se propôs a conhecer a dinâmica espacial da feira livre e mercado público de Abreu e Lima antes e depois da relocação a fim de identificar quais os desafios do comércio popular tradicional em relação aos modernos equipamentos de varejo supermercadistas. O conhecimento teórico mostrou, que esse modelo de varejo tradicional enfrenta riscos devido ao cenário econômico onde estão inseridos, em que os supermercados buscam promover suas vendas para atrair clientes enquanto os comércios populares não têm esse privilégio. Além disso, normalmente esses riscos são reflexos dos interesses de empresários e gestores públicos, como mostrado nos resultados obtidos, em que o poder público tratou da relocação visando melhorias que só prejudicaram feirantes e beneficiaram empresários. A pesquisa empírica revelou que os consumidores apenas escolhem a feira quando essa está inserida próximo aos supermercados, admitindo-se que a feira não consegue se manter sozinha sem o apoio de outros comércios, mas os supermercados sim.