O FENÔMENO DA MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA NA ÁFRICA E A QUESTÃO DA EMANCIPAÇÃO DA MULHER

Resumo

O trabalho se destina a trazer à tona uma discussão entre as perspectivas do relativismo e do universalismo cultural e suas diferentes interpretações sobre a atuação e, especialmente, sobre a aplicabilidade dos Direitos Humanos. Dentro dessa discussão apresentar o fenômeno da Mutilação Genital Feminina ou MGF no continente africano, demonstrando as visões das instituições internacionais de defesa aos Direitos Humanos (na perspectiva ocidental) e a dos povos africanos, que defendem a prática. Busca demonstrar suas justificativas culturais e suas consequências para as mulheres, tanto sociais quanto físicas e psicológicas. Entra nessa visão africana o pensamento do feminismo africano e seu posicionamento sobre a questão. Em seguida serão apresentados dois estudos de caso, de duas mulheres que passaram pelo procedimento da MGF e expõem seus pensamentos em autobiografias. A primeira será feita diretamente do livro e a segunda será baseado em um filme, que por sua vez conta a história da autobiografia do segundo caso. Por fim, será feito um apanhado geral sobre a situação da MGF na África, com detalhe maior para Somália e Egito, além das consequências da prática em outros continentes por causa das migrações, sobretudo na Europa.